Encontrar uma massagem asiática relaxante e num spa de confiança perto de mim tornou-se parte integrante da minha rotina de autocuidado. Tudo começou com uma simples pesquisa no Yelp pela “melhor massagem em Park Slope”, que me levou a um estabelecimento vibrante com um letreiro amarelo néon a representar um pé sorridente. O suave toque do sino da porta deu-me as boas-vindas a uma sala com quatro camas separadas por divisórias de bambu. Prateleiras adornadas com estatuetas de gatos dourados acenando contribuíam para a atmosfera tranquila enquanto esperava. Inicialmente, procurava uma massagem simples e acessível. No entanto, em poucos minutos, soube que voltaria, apesar de uma ponta de embaraço pela minha incapacidade de comunicar verbalmente com a minha massagista chinesa, Lulu. A nossa comunicação transcendeu a linguagem, baseando-se em gestos e compreensão mútua. Em poucos meses, as noites de sábado estavam reservadas para o toque habilidoso da Lulu.
O meu desejo de conexão não estava ausente; ansiava por intimidade, companheirismo e estimulação intelectual. Contudo, a vulnerabilidade da ligação e o medo da desilusão amorosa impediam-me. Experiências passadas reforçavam esta apreensão. Desde tenra idade, observei o anseio da minha mãe solteira por afeto, um desejo complicado por um aneurisma cerebral que a deixou parcialmente paralisada. Isso impediu-a de encontrar o romance que desejava antes da sua morte prematura.
O meu papel mudou para cuidadora durante os seus quinze anos de deficiência, fomentando uma mistura complexa de amor e ressentimento. Prometi a mim mesma evitar a dependência dos outros, uma promessa solidificada por testemunhar as dificuldades da minha mãe. Em vez de navegar no cenário dos encontros, procurei consolo na intimidade silenciosa da clínica de massagens.
A massagem da Lulu proporcionava um santuário do ruído e das expectativas das interações sociais. Com ela, não havia necessidade de explicações; simplesmente respirar era suficiente. O ritmo das suas mãos a amassar e as minhas expirações tornaram-se numa linguagem única, uma forma de troca física desprovida de rejeição. A clínica de massagens transformou-se num refúgio de segurança e apoio. Enquanto alguns podem procurar consolo em comportamentos autodestrutivos, as minhas responsabilidades como cuidadora levaram-me ao autocuidado e ao distanciamento social. Lidar com o inventário e a perda do círculo social da minha mãe após a sua deficiência deixou-me isolada no meu luto.
A pandemia amplificou esta sensação de solidão, espelhando a experiência generalizada de perda e isolamento. O toque silencioso da Lulu transcendeu a barreira linguística, oferecendo um caminho para a cura e a conexão num momento de profunda necessidade. Esta forma silenciosa de comunicação proporcionou conforto e compreensão que as palavras não conseguiam expressar. Tornou-se numa parte vital da minha jornada de cura, demonstrando o profundo poder do toque humano.